quarta-feira, 26 de janeiro de 2022
Tiemblan las logias: Fiscalía estima que extradición de Antonio Parada e...
segunda-feira, 24 de janeiro de 2022
ELIS REGINA - ÚLTIMA ENTREVISTA - JOGO DA VERDADE
Roda Viva - Elza Soares
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Cosquín: Día 03 - Festival País 2022
A HISTÓRIA DE ELZA SOARES
domingo, 23 de janeiro de 2022
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Elza Soares, a cantora do milênio
sábado, 22 de janeiro de 2022
ATÉ SEMPRE, DORA E FÁBIO!
ATÉ
SEMPRE, DORA E FÁBIO!
Minha Companheira recebeu a
triste notícia da eternização do casal Amigo Dora Alves e Fábio Galvani.
Exemplos de Companheirismo e muita garra, deixam muita saudade e grandes lições
de Amor e tenacidade.
Fatídico sábado, este 22 de janeiro. Final de
tarde, por meio do grupo de zap
espírita de Corumbá, minha Companheira recebeu a inacreditável e triste notícia
da eternização do casal Amigo Dora Alves e Fábio Galvani, os dois grandes
exemplos de resiliência e Amor, muito Amor. Segundo os membros da comunidade
espírita local, o casal estava na BR-262, trecho entre Miranda e Aquidauana,
quando, para evitar a colisão com outro carro que vinha em sentido contrário, Fábio
não conseguiu evitar que seu carro rodopiasse na rodovia e viesse a colidir com
uma carreta.
Conheci a querida e agora saudosa Dora bem jovem,
antes de ficar viúva de seu primeiro casamento. Ela já era auxiliar de
odontologia, sempre com o querido Doutor Zacaria Omar, em seu primeiro
consultório, na rua Major Gama, na clínica do Doutor Antônio Arruda,
ex-vice-prefeito na gestão do Doutor Hugo Silva da Costa. Muito atenciosa e de
uma eficiência marcante, Dora tratava os clientes do Doutor Zacaria como
amigos. Quando soube que perdera o seu primeiro Companheiro, Pai de suas duas
Filhas, dei para ela o livro que a Madrinha de minha Companheira me havia dado,
de reflexões espiritualistas, que ela gostou e sempre me comentava de trechos
que a impactaram.
Muitos anos depois, quando nossos Filhos estavam
começando seus estudos, Dora fez questão de nos apresentar aquele Companheiro
com quem passou a partilhar toda a sua Vida: o pesquisador Fábio Galvani, da
Embrapa, nosso vizinho de condomínio. A sua felicidade estava estampada. Na
verdade, ela era a felicidade em pessoa. Como ela se dedicava ao trabalho em
tempo integral, só a víamos quando íamos ao consultório do Doutor Zacaria,
esporadicamente. Creio que nosso encontro derradeiro foi em 2019 -- portanto,
antes da pandemia --, quando ela confirmou que a felicidade dos primeiros dias
continuava por anos a fio, o que nos serve de conforto diante dessa trágica
notícia.
Fábio, além de pesquisador, era um espírita muito
dedicado -- não por acaso, atualmente estava na presidência da União Espírita
Corumbaense --, e de uma humildade singular, digno de uma pessoa tão especial
como a Dora. A eternização deles, em meio a um trágico acidente rodoviário, nos
abala, entristece profundamente, pois não conseguimos compreender como pessoas
tão iluminadas, generosas e de bondade ímpar como eles pudessem passar seus
momentos derradeiros em meio a um sofrimento indescritível. Mas fica o legado
iluminado, o grande exemplo, como estrela-guia para as novas gerações, e em
especial para a(o)s Filha(o)s que deixaram para fecundar a alma de nossa
espécie, sufocada por tempos sombrios e nada fraternais.
Nossos profundos sentimentos às Famílias de Dora e
Fábio, bem como aos Amigos e Companheiros de fé, filosofia e de ofício.
Obrigado, Dora e Fábio, por existirem, e até
sempre, queridos Amigos!
Ahmad
Schabib Hany
quarta-feira, 19 de janeiro de 2022
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LIMA DUARTE CRITICA REGINA DUARTE POR POST EM HOMENAGEM A BOLSONARO
terça-feira, 18 de janeiro de 2022
CORUMBÁ NOS TEMPOS DA ‘PANAIR’
CORUMBÁ
NOS TEMPOS DA ‘PANAIR’
Memória privilegiada, Seu Jorge
Katurchi nos descreve como era viver na cosmopolita Corumbá do primeiro quartel
do século XX. Antes de o aeroporto ter sido construído, as aeronaves que
pousavam e decolavam eram hidroaviões, das mais diferentes procedências, tal
como as embarcações de então.
Somos, de fato, privilegiados por termos os Amigos
que temos. O mais experiente deles, e por certo o mais jovial de todos, é Seu
Jorge José Katurchi, que do alto de seus 95 anos costuma nos surpreender com sua
sabedoria benfazeja.
Dia destes, interrompeu sua sagrada sesta para nos
ligar. É que sonhara com episódio ocorrido nos tempos da ‘Panair’ (a companhia
aérea que ligava Corumbá ao mundo antes da chegada da ferrovia até a estação local),
e me descrevera com riqueza de detalhes o sonho -- uma reconstituição fidedigna de fatos ocorridos na Corumbá cosmopolita de sua
juventude.
Como naquela época o serviço de bordo das
aeronaves soía ser de padrão internacional (nada dessa mesquinharia imposta
pela ANAC dos tempos golpistas do ‘brimo’ Temer), o maître da ‘Panair’ na região era o corumbaense Seu João de Oliveira
(o sobrenome não pôde confirmar, pelo tempo transcorrido), que se mudou com a
Família para São Paulo, a convite dos diretores da companhia aérea. Seu Jorge
se lembra porque a fornecedora dos produtos para a empresa -- inclusive frangos rigorosamente
selecionados para a confecção das refeições de bordo -- era a firma de seu saudoso
Pai, o Senhor José Katurchi.
O escritório da ‘Panair’ em Corumbá se situava
próximo de uma farmácia sexagenária instalada desde sua fundação na Frei
Mariano. O chefe da agência local da Panair, muito cordial, atendia
pessoalmente os passageiros. Seu Jorge, com saudades, lembra que por conta do aniversário
de casamento com a querida e saudosa Dona Anna Thereza tinha duas passagens
compradas para uma viagem a Buenos Aires, mas por causa de uma picada de
morcegos, confirmada por um laboratório em São Paulo, tiveram sua viagem
cancelada e os valores religiosamente restituídos.
A ‘Panair’ foi uma de diversas companhias aéreas com
linhas domésticas e internacionais operando no Aeroporto Internacional de
Corumbá, o primeiro em Mato Grosso uno. Que me desculpem os campo-grandenses,
mas nessa época era um campo de pouso o que funcionava na região dos quartéis,
transferidos cem anos atrás de Corumbá pelo então governador Joaquim Murtinho. Já
Cuiabá nunca teve aeroporto, pois ele foi construído em Várzea Grande, a ‘cidade-satélite’
da capital mato-grossense. Em fins da década de 1980, Seu Jorge foi com o
falecido empresário José Xavier, fundador da Corcal, visitar o então
superintendente da Infraero e oferecer uma área contígua ao Aeroporto
Internacional para ampliar a área de tráfego aéreo, de pouso e decolagem, de
Corumbá.
Os acionistas majoritários da ‘Panair’ eram os
brasileiros Mário Wallace Simonsen e Celso da Rocha Miranda, alvo de
perseguição dos golpistas de 1964, que determinaram o encerramento das
atividades em 1965. Isso foi reconhecido pela Comissão da Verdade em 2014, mas
os descendentes preferiram não mais brigar pelo retorno das operações da
companhia pioneira brasileira, ao lado da Varig, Cruzeiro do Sul, Vasp,
Transbrasil e Sadia.
Mas antes da ‘Panair’ operavam em Corumbá
hidroaviões de várias procedências, como a Bolívia, Argentina, Uruguai e
Paraguai, além de instituições privadas, governamentais e militares, como o
Correio Aéreo Nacional, Força Aérea Brasileira e Marinha do Brasil, que tinha
um comando para esses transportes. Imaginem o majestoso Rio Paraguai sendo o
destino (ou o início) dos voos. Seu Jorge se lembra de sua chegada ao Brasil
com as saudosas Dona Amélia (Mãe) e Dona Rosa Maria (Irmã), no mesmo barco,
Argentina, que trazia o primeiro comandante da unidade aérea da Marinha para a
região, em 1931.
E o querido Seu Jorge Katurchi se lembra de muito
mais fatos. Alguns hilários, outros nem tanto, pois a Vida tem dessas coisas:
nem mesmo neste Paraíso Terreno, que nossa Corumbá de todos os povos e todas as
culturas costuma ser, está livre da maldade humana, muitas vezes travestida de
gestos cordiais de políticos oportunistas. Mas isso é outra história, que não
vem ao caso. Porque no generoso coração de ouro de Seu Jorge só cabem coisas
boas, notícias benfazejas. Alvíssaras, alvíssaras!
Ahmad
Schabib Hany
domingo, 16 de janeiro de 2022
sábado, 8 de janeiro de 2022
OBRIGADO POR EXISTIR, JÚLIA GONZALES!
OBRIGADO
POR EXISTIR, JÚLIA GONZALES!
Eternizaram-se Julinha Gonzales:
Júlia do PT, Júlia da luta, Júlia da solidariedade, Júlia do acalanto, Júlia do
acolhimento, Júlia da labuta, Júlia da moradia, Júlia do sindicato, Júlia da
família, Júlia da sabedoria, Júlia da APA Baía Negra, Júlia da ASSUFMS, Júlia
das conquistas coletivas e Júlia da esperança...
Eternizaram-se, neste fatídico Dia de Reis, Júlia
Gonzales, do Coração do Pantanal e da América do Sul, do sol e do sal... Sim,
no plural, porque Júlia é muito mais que uma, são várias guerreiras em uma só:
do PT, da luta pela moradia, da solidariedade, do acalanto, do acolhimento, da
labuta, do sindicato, da família, da sabedoria, da ASSUFMS, das conquistas
coletivas e da esperança. Plural, diversa, mas íntegra, única e de caráter.
Eterna e terna...
Por meio de uma breve mensagem da Professora Francy
Laura de Moraes, uma das Filhas da Julinha, tomei conhecimento da eternização
dessa incansável guerreira cujo legado de lutas e desafios permanece incólume
no cotidiano cidadão em Corumbá e Ladário. A Professora Francy Laura, em 2019,
fazia Mestrado em Educação, e foi graças a ela que pude rever, por derradeira
vez, a Julinha. Era novembro de 2019. Na ocasião, ela ficou de nos visitar em
casa, mas com a pandemia esse compromisso acabou sepultado pela Vida, que, como
disse Paulo Freire (também guru da Francy), não tem ensaio. Pois hoje, cá
estamos, a lamentar a ausência da Julinha e reverenciar seu legado, único como
ela.
Tive a honra e privilégio de conhecer a querida e
agora saudosa Julinha em meados da década de 1980, à época jovem servidora do
CEUC (atual CPAN da UFMS). O Brasil então se reencontrava com a sua História, e
os eleitores dos municípios privados de eleger seus prefeitos pelo voto direto
e secreto durante o regime de 1964 foram à êxtase nunca antes experimentada. Em
Corumbá, por 21 anos sem votar para prefeito (das cidades de área de segurança
nacional, estâncias hidrominerais e capitais os prefeitos eram nomeados, por
meio de lista tríplice, pelo general-presidente de plantão), em 1985, eram cinco
candidatos, entre eles o Professor Jorge Panovich (lembrado quase 40 anos
depois pela panela vazia), que contava com o entusiástico apoio de sua
correligionária Julinha.
Graças à gentileza do Jornalista Luiz Taques,
então correspondente em Campo Grande da Folha
de Londrina, tive a oportunidade histórica de assistir à entrevista de
Jorge Panovich, ao lado da esposa, Rosa Panovich, e do candidato a vice,
Saturnino Casanova. Seguidor de Paulo Freire, ainda proscrito em sua própria
terra, Panovich expunha uma agenda ousada para a época, dando ênfase à educação
popular e à cultura pantaneira, sobretudo, dos ribeirinhos. Repórter sagaz, o
Amigo Taques não perdera a oportunidade de questionar seu passado na Arena
Jovem, em que intelectuais corumbaenses também se envolveram. O Professor
Panovich não se constrangera e disse que se tratou de equívoco de uma geração
oriunda de famílias conservadoras, mas que naquele momento ele estava para dar
um novo rumo à história de Corumbá.
O mesmo impacto quando de meu primeiro contato com
Dona Eva Granha de Carvalho, Marlene Terezinha Mourão (a grande Peninha) e a
saudosa Heloísa Helena da Costa Urt – todas elas únicas, grandes mulheres,
guerreiras incansáveis e fundadoras do PT – tive quando conheci a então jovem e
determinada Julinha no CEUC (atual CPAN / UFMS), em meados de 1985. Sincera e inquisidora,
ela me questionara por não estar envolvido na campanha do Professor Jorge
Panovich e de seu vice, o também Professor Casanova. Em respeito a ela e à
minha amizade com diversos Companheiros de luta, dei as minhas razões, mas para
ela não foram convincentes, pois numa atividade do CEUC, semanas depois, deixou
claro que com ela não havia meia amizade: ou estava na luta, ou dizia qual era
o seu papel na história.
Só passei a merecer alguma consideração da Julinha
quando me viu, durante o segundo turno da campanha presidencial de 1989, num
debate em que Lula enfrentou Collor, o candidato da Globo. Desde então parece
que passou a me considerar digno de confiança. E com toda razão: durante o
regime de 1964, eram muitos os X-9, sempre batendo nas costas dos que tinham
coragem de se expor, com a nefasta função de levar relatórios sórdidos para
seus chefetes de plantão. Ela, como uma aguerrida lutadora, não aceitava
condutas como essas. Mas só me chamou de companheiro em 1998, quando da renhida
campanha de Zeca em Corumbá, e o Pacto Pela Cidadania realizara, em três meses,
seis Encontros da Cidadania, cujo ápice ocorreu no antigo anfiteatro do CEUC
por ocasião dos cinquenta anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em
dezembro daquele ano.
Num tempo em que o PT fazia promoções para bancar
suas campanhas, Helô, Peninha, Dona Eva e Julinha, ao lado de outras grandes
mulheres e homens, realizavam atividades dignas de registro: os canapés
inesquecíveis eram pretexto para encontros políticos produtivos, em que ideias
inovadoras traziam alternativas para uma sociedade engessada e cheia de nós
burocráticos. Creio que foi Helô quem teve a ideia de propor à Julinha integrar
o MNLM (Movimento Nacional de Luta por Moradia), de cuja coordenação regional
foi membro memorável. Da mesma forma, esteve à frente da luta pela implantação
da APA Baía Negra (para dar lugar a um dos elefantes brancos da ditadura, a
CODRASA, que deveria ter abrigado um pôlder para o plantio de arroz irrigado, a
um custo megalomaníaco, que ficou impune). Não só conseguiu transformar a
realidade, como liderou as famílias de ribeirinhos e lhes proporcionou
inclusão, cidadania e dignidade a toda prova.
Julinha não tinha qualquer apego pelo poder. Seu
oxigênio eram as lutas sociais, das quais nunca se afastou. Foi fundadora da
Associação dos Servidores da UFMS (ASSUFMS) e uma das dirigentes até pedir
exoneração da UFMS, ainda na década de 1990. Colocou sua experiência sindical a
serviço dos trabalhadores rodoviários (o pessoal do transporte coletivo urbano)
durante a gestão do João José (o JJ), sem mesquinharia nem protelação (como o
Professor Raul Delgado comprovou em um de seus videodocumentários que nos
compartilhou em homenagem a ela, que aparece aos 25 minutos de exibição com um
discurso contundente em que condena ausência de políticas sociais do ‘Brasil
Novo’ de Collor, as políticas recessivas e a exclusão social, disponível neste
link <https://youtu.be/y84iWtWOvL4>).
Quando uma líder autêntica, ativista incansável,
mulher empoderada, trabalhadora destemida e, sobretudo, Companheira (com letra
maiúscula) solidária e acolhedora como Julinha encerra a sua sagrada jornada e
sai de cena, perdemos todos um grande pedaço de nós mesmos, inclusive os eventuais
desafetos, porque com a sua dedicação, o seu aporte sincero, é toda a sociedade
a que se beneficia, sobretudo as novas, futuras gerações que terão o privilégio
de conhecê-la graças aos inúmeros registros, inclusive belos documentários
produzidos profissionalmente, com justiça e reconhecimento.
Com sinceridade, quando um Amigo muito querido fez
o Mestrado, eu torci para que ele, formado em Jornalismo por uma das maiores
faculdades de Comunicação Social do Brasil e em História em nosso glorioso
CPAN/UFMS, fizesse sua pesquisa de pós-graduação com base na luta, na
trajetória vitoriosa, de nossa sempre aguerrida e iluminada Julinha. Só
recentemente é que me disseram que trata da produção literária underground de
nossa região de fronteira, que, como bem pesquisou e documentou o Professor
Waldson Diniz em sua tese de Doutorado na USP, é pródiga para dar
invisibilidade a amplas camadas sociais, como os bolivianos, sujeitos de sua
pesquisa pioneira e corajosa.
Até sempre, Julinha, e obrigado por existir, por
dar visibilidade à mulher combativa do povo pantaneiro, à trabalhadora
destemida que não tem medo de cara feia e muito menos de jagunço metido a ‘macho’,
que se borra todo (este ‘macho’) diante do desafio de uma lutadora consciente e
digna de seu valor como Você! Nossa sincera solidariedade à sua querida Família
e às suas grandes Companheiras de luta e de fé por uma sociedade mais justa,
por um mundo melhor. Que os vereadores de Corumbá e Ladário denominem
logradouros públicos em sua honrada memória. E que a festa na Eternidade, ao
lado da igualmente querida e saudosa Helô Urt, tenha os acordes do querido
Mestre Agripino Magalhães, ao ritmo do rico cururu pantaneiro...
Ahmad
Schabib Hany
quinta-feira, 6 de janeiro de 2022
PROTELAÇÃO CRIMINOSA (ou TARADO POR MORTES)
Protelação
criminosa (ou Tarado por mortes)
Depois de 20 dias de vergonhosa
protelação, somente na antevéspera do Dia de Reis é que Queiroga e os lunáticos
que o comandam autorizaram a inclusão da população infantil. Com isso, a partir
de 15 de janeiro as crianças do País poderão ser vacinadas, tendo sua segunda
dose praticamente dois meses depois, isto é, desde março, quando as aulas já
terão começado.
Neste Dia de Reis, tínhamos nos determinado a
compartilhar uma homenagem ao Jornal que nas décadas de 1970, 1980, 1990 e 2000
incomodou – ou, melhor, abalou – certos ‘paladinos’ da administração pública
regional e estadual com muito faro investigativo, originalidade e, sobretudo,
irreverência. Trata-se do combativo Diário
de Corumbá, cuja consigna é Um
jornal se mede pelas verdades que diz, adotado pelo saudoso Jornalista
Márcio Nunes Pereira do igualmente emblemático Jornal do Brasil da década de 1970 (época em que o saudoso
Jornalista Alberto Dines era seu editor). Reinaugurado pelo brilhante
Jornalista Carlos Paulo Pereira em 6 de janeiro de 1969 (data em que Márcio
comemorava seus 15 anos), o Diário de
Corumbá circulou, ainda que com imensas dificuldades, até a década de 2000,
tendo sido uma verdadeira escola de Jornalismo nas referidas décadas, como
provam os Jornalistas (com letra maiúscula) Adolfo Rondon, Edson Moraes, Montezuma
Cruz e Clarimer Meira Navarro, além dos saudosos Roberto Hernandes, Onésimo
Filho, José Jorcêne Martinez, entre tantos igualmente brilhantes.
Gostaríamos começar 2022 saudando a querida
memória do saudoso Amigo e incansável Companheiro Padre Pasquale Forin,
eternizado em 10 de janeiro de 2021 por causa da covid-19, bem como iniciativas
benfazejas, solidárias, enfim, de empatia e esperança. Mas como deixar de
registrar o absurdo que só lunáticos são capazes de protagonizar, como a, mais
que vergonhosa, criminosa protelação do início da vacinação da população
infantil, por meio da desgastadíssima figura patética de um médico que não
hesitou em rasgar seu diploma para agradar um ser insensível, desmiolado e perverso.
Quando a ANVISA autorizou a aplicação da versão
infantil da vacina da Pfizer, em 16 de dezembro, o cenário sanitário do Brasil
era menos crítico que hoje, agravado pelo surto epidêmico da gripe influenza e
sua variante H3N2 (que já causou mortes por todo o Brasil, inclusive Corumbá),
pela maior virulência da cepa Omicron do novo coronavírus (ainda um enigma em
relação às outras variantes) e o relaxamento igualmente criminoso de muitas
autoridades estaduais e municipais durante as festas de final de ano. Se não as
suas consciências, eventuais processos judiciais tirarão a aparente
tranquilidade e o sono dessas autoridades que fazem o jogo de negacionistas
travestidos de ‘empresários’.
Ainda bem que Corumbá tem a sorte de ter um gestor
da Saúde como Rogério Leite – e Mato Grosso do Sul um gestor estadual como
Geraldo Rezende –, cuja determinação no enfrentamento da pandemia tem sido digno
de registro. Precisa, apenas, determinar o aumento do número de testes para a
covid-19 oferecidos nas UBS (terças e quintas, para apenas cinco pessoas-dia).
São poucos os gestores que têm a coragem de enfrentar a pressão dos mais
diferentes setores, sobretudo empresarial, político e neopentecostal,
declaradamente determinados a combater as medidas de distanciamento social e os
protocolos de biossegurança. Na capital, Rezende foi acuado pelas hordas
negacionistas meses atrás, quando defendia a adoção do passaporte vacinal e foi
alvo de ofensas pessoais, o que revela a verdadeira índole desses ‘patrioteiros’
e sua autodeclaração de ‘cristãos’ (entre aspas, por favor).
Se isso fosse tudo, nesta quinta-feira, depois de
sua farra de final de ano (porque quem não trabalha, e ele só atrapalha quem
trabalha, não tem férias), chama os que tiveram coragem de se contrapor a ele e
defenderam a adoção da vacina infantil de ‘tarados por vacinas’ e, pior,
duvidando de sua idoneidade. Com ele sempre foi assim, nazifascista há décadas
que é, não argumenta nem contra-argumenta: só sabe xingar, ofender, atingir a
dignidade de quem pensa diferente dele. Tanto que seus séquitos (a partir de
Bia Kissis) divulgaram criminosamente dados pessoais dos pesquisadores que
participaram digna e corajosamente da tal audiência pública insólita que
derrotou a farsa plantada.
A propósito, o que mais temos visto desde 2016 foi
um bombardeio de mentiras atrás de mentiras. Dá para esquecer que o ‘mito’ se
valeu do cargo para espalhar tanta inverdade cabeluda, como se padecêssemos de
um mínimo de inteligência? Tanto que nestes dias, o Professor José Fernandes
(do Portal do José), por ocasião da ‘entrevista
coletiva’ (sic) em que um camarão foi
o centro das atenções, lembrou os desavisados a procurar na Bíblia um versículo
bastante revelador: João 8:44 (que conclui com “o Diabo é mentiroso, pai da
mentira”). O combativo Professor José prestou um grande serviço para
desmistificar os tais paladinos da verdade às avessas...
A bem da verdade, quem ele pensa cativar com
tantas aberrações? Enquanto tira férias sem merecer, o sul da Bahia e parte de
Minas Gerais (e agora outros estados, como Goiás, Tocantins, Pará e Maranhão)
vitimados pelos efeitos do fenômeno La Niña e das mudanças climáticas para cuja
intensificação seu desgoverno contribuiu com sua política do ‘passa boi, passa
boiada’. O Brasil vivendo uma nova onda de quase exaustão do SUS e ele na comilança,
a ponto de precisar de atenção médica exclusiva que uma boa parcela da
população brasileira não tem (e, pior, fazendo papel de autocomiseração, quando
ele como chefe de Estado deveria estar levando sua solidariedade a todos os que
vivem este drama, como nas demais nações do mundo em que elas acontecem).
Isso já está consignado nos anais da História. Seu
lugar, aliás, está reservado ao lado de figuras patéticas como Nero, Hitler,
Mussolini, Franco, Salazar, Pinochet, Stroessner, Banzer, García Meza e
similares. Uma vergonha para os que estufavam o peito em 2018, atribuindo as
mazelas sociais do País à ‘perversidade’ da esquerda brasileira, sobretudo ao
Partido dos Trabalhadores. Na verdade, tudo o que atribuíam ao PT foi praticado
com o maior acinte pelo ‘mito’ que eles idolatraram. Pior: o capitão que
fracassou na caserna conseguiu engolir seus blefes de campanha, como a ‘eliminação’
do centrão na política brasileira, seus atuais salvadores, pois só graças ao
centrão está sobrevivendo a tantas portas que o próprio fechou para si e os
seus...
Que fique, pelo menos, a lição para as futuras
gerações: na História, como na Vida, não há super-heróis nem ‘mitos’ que operem
‘milagres’. Para quem tem fé – ainda mais hoje, em meio a tanta adversidade
bestial –, sabe que milagres só podem ser operados pelo Divino, Criador, Ser
Supremo (qualquer que seja o nome, mas sagrado), e não por aventureiros
mentirosos que estão mais para satânicos que para qualquer divindade digna do
nome... Feliz 2022, Vida longa e muita saúde!
Ahmad
Schabib Hany