Sem apoio de prefeitos e de
candidato a governador do segundo turno, Haddad é bem votado no Coração do
Pantanal e da América do Sul (Corumbá e Ladário, MS)
O
Jornalista Luiz Taques, um brilhante corumbaense que trabalha no Paraná há
décadas, participou esta semana, por telefone, do programa do incansável
radialista e Amigo Joel de Souza, na FM Pantanal, e revelou alguns dados das
eleições de 2018 que nos enchem de orgulho.
A
população de Corumbá e Ladário, sem apoio dos prefeitos municipais e de qualquer
candidato a governador no segundo turno, deu seu voto espontâneo, de reconhecimento
aos programas sociais implantados por Lula e Dilma, ao Professor Fernando
Haddad (do PT), cujo percentual foi, respectivamente, de 42,47% em Corumbá e de
42,39% em Ladário – bem próximos, aliás, do percentual nacional. O Coração do
Pantanal deu provas de que não se curva à pressão psicótica exercida por
mensagens apócrifas de ódio, medo e intolerância, e com toda a altivez peculiar exerceu
seu direito pelo voto sem covardia nem subserviência.
Corumbá
tem 69.208 eleitores.
Somente 50.332
compareceram às urnas no segundo turno (72,73%).
O
candidato do PSL teve 27.107 (57,53%)
Fernando
Haddad/PT: 20.013 (42,47%)
Votos em
Brancos: 856 (1,70%)
Nulos:
2.356 (4,68%)
Deixaram
de votar: 18.876
*
Ladário
tem 13.347 eleitores.
Somente
9.431 compareceram às urnas (70,66%)
O candidato
do PSL teve 5.073 (57,61%)
Fernando Haddad/PT:
3.732 (42,39%)
Brancos:
141
Nulos:
485
É necessário
reiterar que nenhum dos dois candidatos a governador do segundo turno apoiou Haddad em
Mato Grosso do Sul, como também dos dois prefeitos municipais. Aliás, nas inserções televisivas ficou a bizarra disputa dos dois candidatos a governador do estado
pelo candidato do PSL, agora presidente eleito, expondo a decadência das
lideranças políticas deste estado criado em plena ditadura para dar mais três
senadores para a antiga Arena (Aliança Renovadora Nacional), o partido de
sustentação do regime por quinze anos, depois mudado para PDS (Partido
Democrático Social).
Entre 1982 e 2006, apesar do conservadorismo das elites econômicas e políticas, havia um mínimo de racionalidade democrática, em que a aceitação da diversidade, da diferença e do antagonismo fazia de Mato Grosso do Sul um estado de vanguarda. Depois que André Puccinelli foi empossado governador do estado e se tomou para si a liderança do partido que lutou contra a ditadura durante o regime de 1964, setores democráticos liberais e de perfil social-democrático foram ofuscados ou simplesmente anulados. Não por acaso, um dos mais influentes ministros do presidente golpista Michel Temer é do que restou do núcleo duro de Puccinelli, hoje preso com seu filho em Campo Grande.
No entanto, o ranço reacionário que capitaneou a política do sul de Mato Grosso desde os tempos da República Velha -- e que entre 1982 e 2006 esteve ligeiramente menos intenso --, em certos momentos do primeiro governo eleito pelo voto direto, do grande democrata Wilson Barbosa Martins (ex-governador, ex-senador, ex-deputado federal e ex-prefeito), se manifestou, como na morte nunca elucidada do líder Guarani Marçal Tupã-i de Souza, em 1983, e do primeiro governo popular, do líder de esquerda José Orcírio Miranda dos Santos (primeiro também a ser reeleito), como na morte da prefeita Dorcelina Follador, de Mundo Novo, em 1999.
Obviamente, no tocante à votação em Corumbá e Ladário do Professor Haddad,
há de se reconhecer e destacar o incansável trabalho anônimo de membros de
coletivos e movimentos sociais (sobretudo de mulheres, da juventude,
universitários, professores e demais trabalhadores da educação, ativistas de
Direitos Humanos, LGBT, religiosos, anarquistas) e dos militantes e
simpatizantes do PT, PSOL, PCdoB, PCB, PSTU, PROS, PCO, PSB e PDT, além da leal
e árdua presença do candidato a governador Humberto Amaducci, do PT, e do
candidato a senador Anísio Guató, do PSOL, em diversas oportunidades no Coração
do Pantanal, e dos ex-candidatos a deputados federais Rosinha e Machado, e ex-candidatos a
deputados estaduais Corumbá e Jairto, fazendo o corpo a corpo com alguns dirigentes
municipais, estaduais e nacionais desses partidos.
Por outro
lado, devemos registrar, com sincera perplexidade, a bizarra e injustificável
conduta (sic) “pessoal” do ex-governador e ex-candidato a senador Zeca do PT,
de apoiar o atual governador -- e seu apoio foi determinante para a sua
reeleição --, em vez de peregrinar pelo estado para pedir o voto para o
Professor Haddad. Não esqueçamos que em 1998, no emblemático comício da virada
de Zeca, foi o presidente Lula e outros dirigentes nacionais que impulsionaram
sua candidatura, então vitoriosa, tendo sido o primeiro governador eleito e
reeleito (1998 e 2002).
Nenhum comentário:
Postar um comentário