terça-feira, 25 de junho de 2013
FÓRUM DE DIREITOS HUMANOS E DA TERRA - MT: SOMOS TODOS BOLIVIANOS
FÓRUM DE DIREITOS HUMANOS E DA TERRA - MT: SOMOS TODOS BOLIVIANOS: ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Schabib Hany < schabib2015@gmail.com > Data: 25 de junho de 2013 15:34 Assunto: SO...
SOMOS TODOS
BOLIVIANOS
MANIFESTO DE
DESAGRAVO ÀS TRABALHADORAS AGREDIDAS
Este dia 22 de junho
de 2013 entra tristemente para a história da cidadania do coração do Pantanal e
da América do Sul pela truculência dos gendarmes que agiram, não como
servidores públicos, mas verdugos da irmandade de dois povos que vêm
construindo uma nova página na história latinoamericana.
Por meio deste
manifesto público, fazemos nosso incondicional e irrestrito ato de desagravo às
trabalhadoras da Feira Brasbol agredidas acintosa e covardemente, em plena luz
do dia e diante de diversas câmeras, sábado, 22 de junho, por gendarmes
despreparados, eivados do ranço xenófobo que vem sendo alimentado
irresponsavelmente por algumas autoridades de Corumbá, de modo obtuso e na
contramão da história.
Fruto dessa empáfia bizarra,
tais agentes do Estado parecem desconhecer que o outrora polo cosmopolita que
abrigou quase todos os povos no coração do Pantanal e da América do Sul só pôde
permanecer por mais cinco décadas como importante centro comercial intracontinental
graças ao mercado andino, predominantemente boliviano, que permitiu um
movimento pela fronteira de Corumbá de mais de um milhão e meio de dólares por
dia, segundo dados da CACEX (Carteira de Comércio Exterior) do Banco do Brasil.
Graças ao Pacto Pela
Cidadania (em que deram o melhor de si cidadãos como Dom José Alves da Costa,
Padre Pascoal Forin, Padre Ernesto Sassida, Irmã Antônia Brioschi, Jorge
Katurchi, Armando Lacerda, Balbino de Oliveira, Arturo Ardaya, Alexandre
Gonçalves, Elemar Ebeling, Lamartine Costa, Maçu Sabatel, Heloísa Urt, Angélica
Anache, Luz Marina Silva, Cristiane Santana, Ednir de Paulo e Delari Botega),
dois parlamentares defenderam em Brasília a implantação da Área de
Livre-Comércio de Corumbá e Ladário, de modo a equalizar as condições de
comercialização entre as duas fronteiras irmãs.
De modo fraternal e
sincero, estabeleceram-se canais de interlocução entre os atores sociais dos
dois lados desta fronteira, tendo servido de instrumento balizador das
políticas públicas pioneiras, introduzidas na sequência. Aliás, os motivos que
levaram ao engavetamento dos referidos projetos de lei no Congresso Nacional
não estão relacionados ao sacrifício feito pela coordenação do Pacto Pela
Cidadania, cujos membros foram muitas vezes alvo do escárnio dos que desde
sempre se alimentaram da exclusão social pantaneira.
Em pleno século XX,
quando as fronteiras nacionais são abolidas pelo inexorável processo histórico
de integração dos blocos continentais, é inadmissível que funcionários públicos
de formação no mínimo questionável coloquem em xeque uma relação fraternal e
profícua desenvolvida nos últimos 60 anos, quando da celebração do Tratado de
Roboré pelas autoridades do Brasil e da Bolívia, e que a partir de então
culminaram com a construção da Ferrovia Corumbá – Santa Cruz de la Sierra, do
Gasoduto Bolívia – Brasil.
Não é demais recordar
os desavisados que, desde o início do funcionamento do gasoduto (a partir de
2000), Corumbá tem sido beneficiada pela elevação da parcela que lhe cabe no
bolo do ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços), e por conta
disso sua receita não despencou no ranking estadual.
Relembramos ainda aos
abutres que se alimentam da discórdia, que vêm acirrando uma hedionda
intolerância com bolivianos e árabes (“turcos”) por meio de opiniões racistas,
destituídas de qualquer fundamentação lógica, que xenofobia é racismo, crime
inafiançável. Antes de passar pelo constrangimento de estar por trás das grades,
prudência e civilidade não são demais.
Como a ignorância é
torpe e atrevida, cabe aqui recalcar que, a exemplo das Mães da Coronilla (as
heroínas que protagonizaram a primeira gesta libertária contra o jugo colonial
na chamada América Espanhola, em solo boliviano), a grande Juana Azurduy, cantada
pela voz imortal de Mercedes Sosa, também era conterrânea de muitas senhoras
humilhadas e agredidas neste nefasto sábado, 22 de junho. A chibata, portanto,
feriu de morte a dignidade e a honra da nação latinoamericana, vítima desde
sempre dos feitores e jagunços que protegem saqueadores e seus sabujos, não seu
povo explorado e humilhado.
Está enlutada a
mãe-terra em cujo útero foram gestados cérebros generosos e iluminados como
Pedro de Medeiros, Luiz e Mário Feitosa Rodrigues, Lobivar de Mattos, Apolônio
de Carvalho, Wega Nery, Admar Amaral (Ramda Larama), Clio Proença, Carlos de
Castro Brasil, Alceste de Castro, Ângela Maria Pérez, Magali de Souza Baruki,
Renato Báez, Márcio Nunes Pereira, Jorapimo, Heloísa Urt, Augusto Malah dos
Santos, Manoel de Barros, Augusto César Proença, Edson Moraes, Dary Júnior,
Luiz Taques, Nelson Urt, Bolivar Porto, Edson Castro, Marcelo Fernandes e
Felipe Porto.
É por isso que os signatários
deste manifesto, à luz da ética universal, da irrestrita solidariedade e da
indignação cidadã, declaram-se também em uma só voz: SOMOS TODOS BOLIVIANOS!
Corumbá
(MS), 24 de junho de 2013.
segunda-feira, 24 de junho de 2013
FÓRUM DE DIREITOS HUMANOS E DA TERRA - MT: SOMOS TODOS BOLIVIANOS
FÓRUM DE DIREITOS HUMANOS E DA TERRA - MT: SOMOS TODOS BOLIVIANOS: ---------- Mensagem encaminhada ---------- De: Schabib Hany < schabibhany@gmail.com > Data: 25 de junho de 2013 15:34 Assunto: SO...
SOMOS TODOS BOLIVIANOS
SOMOS TODOS BOLIVIANOS
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Schabib Hany <schabibhany@gmail.com>
Data: 25 de junho de 2013 15:34
Assunto: SOMOS TODOS BOLIVIANOS
Para: "Amigo(a)s Estimado(a)s" <amigos.estimados@gmail.com>
Estimado(a)s Amigo(a)s,
Estou encaminhando o texto preliminar do manifesto de desagravo às
senhoras vítimas da covarde agressão feita por alguns policiais
militares e guardas municipais em Corumbá (MS), acompanhados de outros
funcionários públicos (municipais), numa sucessão de equívocos
protagonizados pela nova administração municipal, cuja obtusidade começa
a dar combustível ao já crescente sentimento antipetista em todo o
País.
O texto é preliminar (porque será lido por um coletivo para ser assinado
por várias pessoas e instituições), mas pode ser divulgado à vontade. E
para quem quiser saber de quem é a redação, eu adianto que é de minha
exclusiva iniciativa e autoria (mas aberta a contribuições), e desafio
os parasitas do poder a qualquer tentativa de intimidação.
Sou da geração que desafiou a ditadura, e não me amedrontam quaisquer
feitores travestidos de "esquerdalha", caricaturas, aliás, que me faz
cócegas.
Fraternalmente,
Schabib
SOMOS TODOS BOLIVIANOS
MANIFESTO DE DESAGRAVO ÀS TRABALHADORAS AGREDIDAS
Este dia
22 de junho de 2013 entra tristemente para a história da cidadania do
coração do Pantanal e da América do Sul pela truculência dos gendarmes
que agiram, não como servidores públicos, mas verdugos da irmandade de
dois povos que vêm construindo uma nova página na história
latinoamericana.
Por meio
deste manifesto público, fazemos nosso incondicional e irrestrito ato de
desagravo às trabalhadoras da Feira Brasbol agredidas acintosa e
covardemente, em plena luz do dia e diante de diversas câmeras, sábado,
22 de junho, por gendarmes despreparados, eivados do ranço xenófobo que
vem sendo alimentado irresponsavelmente por algumas autoridades de
Corumbá, de modo obtuso e na contramão da história.
Fruto
dessa empáfia bizarra, tais agentes do Estado parecem desconhecer que o
outrora polo cosmopolita que abrigou quase todos os povos no coração do
Pantanal e da América do Sul só pôde permanecer por mais cinco décadas
como importante centro comercial intracontinental graças ao mercado
andino, predominantemente boliviano, que permitiu um movimento pela
fronteira de Corumbá de mais de um milhão e meio de dólares por dia,
segundo dados da CACEX (Carteira de Comércio Exterior) do Banco do
Brasil.
Graças ao
Pacto Pela Cidadania (em que deram o melhor de si cidadãos como Dom
José Alves da Costa, Padre Pascoal Forin, Padre Ernesto Sassida, Irmã
Antônia Brioschi, Jorge Katurchi, Armando Lacerda, Balbino de Oliveira,
Arturo Ardaya, Alexandre Gonçalves, Elemar Ebeling, Lamartine Costa,
Maçu Sabatel, Heloísa Urt, Angélica Anache, Luz Marina Silva, Cristiane
Santana, Ednir de Paulo e Delari Botega), dois parlamentares defenderam
em Brasília a implantação da Área de Livre-Comércio de Corumbá e
Ladário, de modo a equalizar as condições de comercialização entre as
duas fronteiras irmãs.
De modo
fraternal e sincero, estabeleceram-se canais de interlocução entre os
atores sociais dos dois lados desta fronteira, tendo servido de
instrumento balizador das políticas públicas pioneiras, introduzidas na
sequência. Aliás, os motivos que levaram ao engavetamento dos referidos
projetos de lei no Congresso Nacional não estão relacionados ao
sacrifício feito pela coordenação do Pacto Pela Cidadania, cujos membros
foram muitas vezes alvo do escárnio dos que desde sempre se alimentaram
da exclusão social pantaneira.
Em pleno
século XX, quando as fronteiras nacionais são abolidas pelo inexorável
processo histórico de integração dos blocos continentais, é inadmissível
que funcionários públicos de formação no mínimo questionável coloquem
em xeque uma relação fraternal e profícua desenvolvida nos últimos 60
anos, quando da celebração do Tratado de Roboré pelas autoridades do
Brasil e da Bolívia, e que a partir de então culminaram com a construção
da Ferrovia Corumbá – Santa Cruz de la Sierra, do Gasoduto Bolívia –
Brasil.
Não é
demais recordar os desavisados que, desde o início do funcionamento do
gasoduto (a partir de 2000), Corumbá tem sido beneficiada pela elevação
da parcela que lhe cabe no bolo do ICMS (Imposto de Circulação de
Mercadorias e Serviços), e por conta disso sua receita não despencou no
ranking estadual.
Relembramos
ainda aos abutres que se alimentam da discórdia, que vêm acirrando uma
hedionda intolerância com bolivianos e árabes (“turcos”) por meio de
opiniões racistas, destituídas de qualquer fundamentação lógica, que
xenofobia é racismo, crime inafiançável. Antes de passar pelo
constrangimento de estar por trás das grades, prudência e civilidade não
são demais.
Como a
ignorância é torpe e atrevida, cabe aqui recalcar que, a exemplo das
Mães da Coronilla (as heroínas que protagonizaram a primeira gesta
libertária contra o jugo colonial na chamada América Espanhola, em solo
boliviano), a grande Juana Azurduy, cantada pela voz imortal de Mercedes
Sosa, também era conterrânea de muitas senhoras humilhadas e agredidas
neste nefasto sábado, 22 de junho. A chibata, portanto, feriu de morte a
dignidade e a honra da nação latinoamericana, vítima desde sempre dos
feitores e jagunços que protegem saqueadores e seus sabujos, não seu
povo explorado e humilhado.
Está
enlutada a mãe-terra em cujo útero foram gestados cérebros generosos e
iluminados como Pedro de Medeiros, Luiz e Mário Feitosa Rodrigues,
Lobivar de Mattos, Apolônio de Carvalho, Wega Nery, Admar Amaral (Ramda
Larama), Clio Proença, Carlos de Castro Brasil, Alceste de Castro,
Ângela Maria Pérez, Magali de Souza Baruki, Renato Báez, Márcio Nunes
Pereira, Jorapimo, Heloísa Urt, Augusto Malah dos Santos, Manoel de
Barros, Augusto César Proença, Edson Moraes, Dary Júnior, Luiz Taques,
Nelson Urt, Bolivar Porto, Edson Castro, Marcelo Fernandes e Felipe
Porto.
É por
isso que os signatários deste manifesto, à luz da ética universal, da
irrestrita solidariedade e da indignação cidadã, declaram-se também em
uma só voz: SOMOS TODOS BOLIVIANOS!
Corumbá (MS), 24 de junho de 2013.
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Cuba, a dignidade de um povo do tamanho de sua altivez
CUBA, A DIGNIDADE DE UM POVO DO TAMANHO DE SUA
ALTIVEZ
“Lo que brilla con luz propia, nadie lo puede acabar.
Su brilho puede alcanzar la oscuridad de otras cosas.”
Pablo Milanés (Canción por la
Unidad Latinoamericana)
Desde que
a trágica colonização se abateu sobre o continente batizado de americano, o
povo do território que foi chamado de Cuba, ainda no século XVI, nunca mais
conheceu a paz e a concórdia, mas o saque e a exploração até que a Revolução
Cubana de 1959 lhe assegurou soberania, dignidade, respeito e autoestima.
Piratas,
corsários e todas as corjas oriundas da Europa usavam o arquipélago cubano, no
Caribe, como base de apoio às suas aventuras.
No
genocida processo de colonização, os povos originários praticamente foram
extintos pelos espanhóis, e para explorar a mão de obra escrava e alimentar o
comércio negreiro, trouxeram aprisionados centenas de milhares de africanos,
que hoje constituem a maioria da população cubana.
Na dura
luta pela independência da Espanha, o povo cubano teve como líder o pensador,
jornalista e poeta José Martí, também chamado de “O Apóstolo”, mutilado em
pleno combate pelas tropas coloniais antes do fim da guerra pela independência,
em fins do século XIX.
É dele
este emblemático pensamento:
“A liberdade custa muito
caro e temos ou de nos resignar a vivermos sem ela ou de nos decidir a pagarmos
o seu preço.” (José Martí)
Mas seu
exemplo, resgatado pela Revolução Cubana, sequer foi honrado pelos sucessivos
ditadores, verdadeiros marionetes do “Grande Irmão do Norte” e demais representantes
dos interesses das empresas açucareiras e de orgias para a elite estadunidense,
na primeira metade do século XX.
Durante
praticamente duas décadas de luta contra o ditador Fulgencio Batista, mais um
fantoche dos interesses americanos em solo cubano, três jovens líderes de um
levante popular sem precedentes deram outro rumo à história do Povo Cubano:
Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Ernesto Che Guevara.
A ira da
elite entreguista cubana e os interesses do poder capitalista americano
tentaram de todos os meios silenciar a Revolução. Mas o Povo Cubano deu o apoio
necessário ao novo líder, Fidel Castro, e aos poucos foi se aproximando do
socialismo, em plena Guerra Fria.
No início
da década de 1960, com a participação de Che Guevara no governo revolucionário
cubano, os Estados Unidos tentaram uma invasão, mal sucedida e que custou caro ao
governo norte-americano, humilhado dentro de sua área de influência. O ponto
alto dessa tensão foi a crise do mísseis, quando a União Soviética enviou
mísseis para a defesa da ilha e os Estados Unidos tentaram repelir – segundo
alguns historiadores o episódio por pouco não foi o estopim de uma possível
terceira Guerra Mundial.
Desde
então, Cuba vive um terrível bloqueio econômico (um verdadeiro boicote
econômico que impede que as demais nações do continente negociem com o governo
da ilha), além de parte de seu território, a região de Guantánamo, ter estado
sob permanente ocupação militar estadunidense. Aliás, é lá onde atualmente se
encontra a abominável prisão que o governo dos Estados Unidos mantém desde 2001
aprisionadas as vítimas de sua propaganda terrorista contra os árabes: sem
qualquer processo formal, violando as mais elementares prerrogativas dos
Direitos Humanos e das convenções internacionais, os autoproclamados “paladinos
da democracia e dos direitos humanos” cometem toda forma de desumanidade, em
nome de uma ficção que eles mesmos criaram – a luta contra o “terrorismo”
(quando eles são os maiores terroristas).
Mesmo
acuada, Cuba não deixou de manter viva a chama da solidariedade socialista, e,
além de ter recebido jovens de todas as partes do mundo para frequentar suas
universidade, escolas profissionais e centros de excelência em diversas
atividades humanas, enviou suas missões humanitárias para vários continentes,
sobretudo África (Angola e Moçambique) e América Latina (Peru, Argentina,
Bolívia, Chile, Equador, Venezuela e mais recentemente Brasil).
Não por
acaso, Fidel Castro, ao lado de Jawaharlal Nehru (Índia), Gamal Abdel Nasser
(República Árabe Unida) e Josip Broz Tito (Iugoslávia) foram os protagonistas
do Movimento de Países Não Alinhados, que representou uma alavanca à luta dos
povos por sua libertação nacional, seja América, África, Ásia, Oceania e Europa.
Até para os conservadores, Cuba tem um sentido emblemático, ou, como os
camaradas baianos declararam na convenção de solidariedade anterior, “uma
terrível pedra no sapato, uma vez que é a demonstração real da superioridade
moral do socialismo”. E são eles que disseram que soube superar “as maiores
adversidades após o fim da União Soviética sem fechar um único hospital ou
escola e sem abrir mão da solidariedade internacional: menor taxa de
mortalidade infantil da América Latina, menor taxa de violência urbana,
analfabetismo zero, todas as crianças na escola, primeiro país do continente
americano a cumprir as metas do milênio segundo a ONU, melhor país da América
Latina e 30º do mundo para ser mãe, segundo a fundação inglesa Save the Children”.
Depois da
extinção da União Soviética, os trabalhadores do mundo e alguns governos
socialistas e anti-imperialistas passaram a colaborar com o Povo Cubano, mas o
mérito de sua heroica superação é deles, exclusivamente. Ao contrário da
insaciável propaganda enganosa do “grande irmão do norte” e de todas as iniciativas
terroristas estadunidenses de sabotar, cooptar e denegrir o Povo Cubano de
todas as formas, Cuba dá inequívocas provas de sua decisiva opção pelo
socialismo como real alternativa para a sociedade decadente e cada vez mais
fratricida do hediondo capitalismo, agora travestido de sociedade global, mas
sempre igualmente perverso, tirânico, excludente e mais que nunca intolerante e
explorador.
Por isso,
a solidariedade a Cuba e à dignidade de seu bravo e heroico Povo é
incondicional, fraternal, militante e, sobretudo, literalmente dialética:
proativo, criativo, palpitante, alegre, futurista e permanente – como a Vida –,
com a mesma convicção dos jovens que transformaram e transformam o mundo para
as novas gerações, e dos sábios anciões como Oscar Niemeyer que, do alto de
seus mais de cem anos, calou a boca dos milhões de cínicos “ex-socialistas”
arrependidos: “Enquanto houver uma só criança no mundo a morrer de fome, tenho
orgulho de ser socialista.”
Foi assim
como Chico Buarque verteu para o português o citado poema de Pablo Milanés:
A história é
um carro alegre cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele
que a negue.
É um trem
riscando trilhos, abrindo novos espaços, acenando muitos braços, balançando
nossos filhos.
Quem vai
impedir que a chama saia iluminando o cenário, saia incendiando o plenário,
saia inventando outra trama?”
(Pablo
Milanés e Chico Buarque, Canção para a Unidade da América Latina)
sábado, 1 de junho de 2013
"OZIEL FALAVA EM PÁSSARO" (Por Professor Fábio Nogueira)
Oziel falava em pássaro
“Conversava em Guató, em Português, e em
Pássaro.”
(Manoel de Barros sobre Sombra-Boa)
Pássaro.”
(Manoel de Barros sobre Sombra-Boa)
- E foi assim, disse desolado Adamastor.
Era uma narrativa breve e melancólica.
As crianças escutavam tudo imóveis como as sombras ao meio dia.
Adamastor, com sua fala arrastada, descrevia como as terras dos sem fim se converteram em enormes propriedades rurais, produtivas e modernas.
Os confins se tornaram concentrações de coisas.
Desfez-se o reino da imensidão, da natureza, dos rios, das plantas e dos animais. Tudo se transformou em papel moeda.
As pessoas desaprenderam a falar em guató e em pássaro.
Só o português bastava.
Português é idioma bom para dar ordens.
Ninguém dá ordem em pássaro.
Em guató, as águas se erguem para ouvir. E isso é coisa imprestável na língua dos fazendais orgulhosos de sua estupidez endinheirada!
E o povo foi desaprendendo a falar. Disseram que pássaro e guató eram “línguas mortas” e condenadas ao exílio.
Retiraram os índios de suas terras e os despejaram às margens dos palavrórios de números e estatísticas.
Esta é a verdadeira “língua morta”: a língua surda do poder.
Adamastor era triste destas palavras.
Conhecera um terena que falava em pássaro.
Na Atlântida guató, pantaneira, uma gramática de águas e bichos conspirou contra as cercas do poder. Disseram isso pela canoa.
Oziel escutava tudo em silêncio. Aproximou-se de Adamastor e disse:
- Só fala em pássaro quem é livre!
Autor: Professor Fábio Nogueira (http://professorfabionogueira.wordpress.com/2013/06/02/oziel-falava-em-passaro)
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