sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Boa Noite 247 (22.02.19) - O Dia D da Venezuela?

Leo ao quadrado (22.2.19): tensão máxima na Venezuela

Pepe Escobar fala sobre Rússia, Venezuela e guerra

20 Minutos História: Por que o Exército brasileiro é contra o povo?

O pote de ouro no fim da reforma da Previdência

E se Bolsonaro não entregar a Reforma da Previdência?

Joan Baez - El Preso Número 9

Hasta Siempre

Hasta Siempre,Comandante (Cuba)

Che Guevara Comandante.

Carlos Puebla - Y en eso llegó Fidel

Victor Jara, Zamba del Che

Hasta Siempre Comandante Che Guevara

Hasta Siempre Comandante [Cuba 2012]

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Joan Baez & Mercedes Sosa "Gracias A La Vida"

Pasión Vega y Ana Belén.- El hombre del piano (Gala Nochebuena 'A los ho...

SI SE CALLA EL CANTOR - Soledad y Horacio Guarany (Luna Park)

Soledad - Perdón Doctor ( Homenaje a Horacio Guarany )

Sofía Morales y Soledad "La Abuela Emilia" Festival País Corrientes 14/0...

Soledad - Cuando Llegue el Alba (En Vivo)

Pedro Ríos y Soledad "Oración del Remanso" Festival País Corrientes 14/0...

Oracion del remanso - Manuel Moreira y Nahuel Pennisi

SOLEDAD PASTORUTTI CON NAHUEL PENNISI

:: Nahuel Pennisi :: Junto a Sie7e en Morfi / Telefe (Completo)

Sie7e y Nahuel Pennisi en Morfi, todos a la mesa - Telefe

:: Nahuel Pennisi :: Alfonsina y el Mar - Homenaje a Mercedes Sosa - Mor...

Aquellas pequeñas cosas - Serrat [Nahuel Pennisi y Yani Hernandez] FLASH...

Nahuel Pennisi con León Gieco - Jesús María 2014 (HD)

La Sole Cantando Con Nahuel Pennisi (Dejame Que Me Vaya y Tocando al Fre...

Ariano Suassuna • Até Advogado Já Fui

Ariano Suassuna • A mim ninguém me enrola

Poema ""A Chegada de Suassuna no Céu" recitado por Rolando Boldrin

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

ATÉ SEMPRE, PASCOAL GALEANO!


ATÉ SEMPRE, PASCOAL GALEANO!

Pascoal Sotero Galeano. Alma grande. Mais, gigante. Generoso e bem-humorado, o tempo todo. Incansável, lutador, não desistia da lide dura e intensa, sempre de bem com a Vida. Conseguia ser pai e mãe. Sem nunca ter reclamado. Quem teve a honra de conhecê-lo, sabe que até nos momentos mais difíceis, lá estava ele espirituoso, impassível e tranquilo.

Grato, sempre solícito, despediu-se da Vida em pleno sono, privilégio de poucos... Seu semblante tranquilo nos dá essa certeza. Enquanto viveu -- uma existência própria para quem traz essa marca de trabalhador incansável, porque não tinha feriado, final de semana, férias: era trabalho em tempo integral --, estava a postos, desafiando, bem-humorado, uma jornada que parecia não ter fim.

Viveu intensamente. Bom Filho, desses com letra maiúscula. Pai igualmente superlativo. Paizão, na verdade: as pouquíssimas vezes que o vi chorar o motivo era sempre o mesmo -- não gostava de se despedir das filhas, dos filhos, como pai-coruja que sempre foi. Nem quando o time dele, o Vasco, perdia, ele sofria como quando tinha que despedir de um de seus filhos.

Cuidadoso, deixou todos os filhos e filhas encaminhados. Cada um, cada uma, em sua profissão, em sua realização. Até porque todos eles trazem a marca indelével da garra, da luta e da alegria infindável com a qual ele soube enfrentar as maiores adversidades desta Vida. Ele sabia que filho e filha dele têm tudo para vencer na Vida e dar bom exemplo aos netinhos e netinha que teve o prazer e a alegria de conhecer e curtir...

Quando o conheci, nos idos de 1980, ele trabalhava no setor de vendas daquela famosa marca de refrigerantes. Jovem, ainda com vinte e poucos anos, lá vinha ele em seu imponente caminhão vermelho, com seu sorriso estampado no rosto. Nessa época eu trabalhava com meus saudosos Pais, na hospedaria com a qual nos formaram, e a jovem que lá trabalhava, assim que o via chegar, já vinha com seu café para servi-lo, num tratamento exclusivo ao “rapaz da... (marca de refrigerante)”. Aliás, por conta desse charme, viveu intensamente três casamentos, três companheiras com as quais soube construir responsavelmente uma única família, sólida e amada.

Seu bom-humor, beirando a irreverência, marcava sua passagem por tudo que empreendeu. Mais que uma característica de personalidade, era a sua essência. Quando o reencontrei, duas décadas depois, ele era mototaxista. Quatro da manhã, já estava pegando sua moto e iniciando sua jornada, sob chuva ou frio intenso. Não me lembro de tê-lo visto reclamar... Deixou a profissão, não sem abrir mão de protestar, por causa da burocracia, tendo-se recusado a se submeter a novo processo de concessão de licença, como tantos colegas pioneiros na atividade.

Antes de se dedicar ao turismo de pesca em Porto da Manga, onde se eternizou, trabalhou duro, intensamente, na produção de chipa, arte que aprendeu com Dona Carmen, sua Mãe e companheira de chimarrão todas as manhãs em que estava em Corumbá. Com Seu Mário, o Pai e comandante aposentado da Bacia do Prata, a parceria era no preparo da peixada, arte em que também era mestre. Aliás, sua generosidade iniciava e se estendia exatamente na arte de alimentar e bem acolher todos, sem distinção.

Mais que Irmão mais velho de minha Companheira, um Amigo que a Vida se encarregou de dar – e subitamente tirar. Na manhã de domingo, dia 3 de janeiro, quando chegou a fatídica notícia de seu encantamento, essa marca do agora saudoso Pascoal foi espontaneamente testemunhada numa prosa de meus dois pequenos. “Que pena que Tio Pascoal não vai fazer aquela carne gostosa (churrasco)”, dizia Sofia ao Omar (outro vascaíno), que respondeu: “Agora nós não vamos poder ir ao Porto da Manga...” Não só era um Paizão, mas um Tio inesquecível, um Avô daqueles que ficam gravados para a Vida toda...

Só não valeu, Pascoal, ter furado a fila... Pessoas como Você tinham que ficar no mínimo 100 anos, para tornar a Terra um planeta melhor! Até sempre, e obrigado por ter existido.

Ahmad Schabib Hany


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Tereza Cristina, mais uma corumbaense fazendo história, ao lado de Wega, Cármen e Graziela

Tereza Cristina, mais uma corumbaense fazendo história, ao lado de Wega, Cármen e Graziela

A procuradora de Justiça Tereza Cristina Maldonado Katurchi Exner, empossada no dia 16 de janeiro, se torna a primeira corregedora-geral da história do Ministério Público de São Paulo, numa sucessão de conquistas e respeito granjeado entre seus pares. É mais uma digna integrante da seleta plêiade de cidadãs que ousaram transformar a sociedade por estarem à frente de seu tempo, ao lado das igualmente corumbaenses -- a artista plástica Wega Nery, a arquiteta e urbanista Cármen Velasco Portinho e a botânica Graziela Maciel Barroso --, que homenageamos em fevereiro de 2018, e a que hoje acrescentamos a historiadora e professora Eunice Ajala Rocha (nascida em Cáceres), a ativista cultural e professora Heloísa Urt (nascida em Ladário), a artista plástica, chargista e poeta Marlene Terezinha Mourão (a querida Peninha de todos os traços, nascida em Coxim) e a querida e saudosa cidadã e ativista do SUS Gabriela Soeiro (nascida em Guajará-Mirim, Rondônia).

Foi indescritível e gratificante haver tido a honra de testemunhar, semanas atrás, a alegria incontida de um digno cidadão de 92 anos, invejavelmente lúcido e protagonista da história e de seu tempo, como o Senhor Jorge José Katurchi, ao acompanhar, ainda que à distância, a solenidade de posse da filha, Procuradora de Justiça Tereza Cristina Maldonado Katurchi Exner, como a primeira mulher na Corregedoria-Geral do Ministério Público de São Paulo.

Não que seus filhos, os queridos Amigos José Eduardo e Mário Márcio, não fossem igualmente amados e admirados por tão generoso Pai (desses com letra maiúscula), mas por meio da vitória retumbante da única filha mulher que, além da retidão e do gosto pelo trabalho comum a toda a sua família, muito bem amalgamou o vigor e a determinação da saudosa Senhora Anna Thereza de Co­pacabana Rondon Maldonado Katurchi e a cordura e cosmopolitismo do Senhor Jorge Katurchi.
 
Aliás, não por acaso, a então ainda adolescente corumbaense -- em cuja ascendência traz a têmpera de Cândido Mariano da Silva Rondon e de imigrantes sírios, boliviano e argentino -- adentrara às árcades da augusta Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, quebrando tabus e inaugurando nova era. Com orgulho, o Amigo e Companheiro do Pacto Pela Cidadania carinhosamente chamado por nós por Seu Jorge Katurchi conta a saga de sua querida filha ao ser aprovada no concorrido Vestibular da USP na década de 1980, tendo sido a terceira corumbaense a cursar Direito naquela emblemática instituição, depois dos saudosos advogados Ubirajara Sebastião de Castro e Herbert Figueiredo.
 
Tendo sido da última geração de promotores de Justiça a ingressar no Ministério Público de São Paulo antes da promulgação da Constituição Federal de 1988, a Constituição Cidadã, a Procuradora Tereza Cristina desde logo se posicionou pela efetivação das conquistas recém consignadas na Carta Constitucional fruto da sagrada pugna pelas liberdades democráticas. Toda a sua trajetória tem sido marcada por um posicionamento democrático e em favor da emancipação cidadã, no mais amplo sentido. Obviamente, seu prestígio entre seus pares é fruto de um comportamento inclusivo, transformador e de reafirmação do Estado Democrático de Direito, como se constata na reportagem da “Folha de S.Paulo” na edição que repercute sua eleição triunfal para a Corregedoria-Geral do Ministério Público de São Paulo, em novembro de 2018.

Longe de qualquer excesso, a Procuradora Tereza Cristina Katurchi Exner se sagrou integrante com merecimento da plêiade de mulheres corumbaenses à frente de seu tempo ao protagonizar uma tra­jetória não só profissional, mas cidadã. Ao lado das grandes corumbaenses que escreveram uma nova história da sociedade brasileira e, sem exagero, da humanidade. Entre elas, a talentosa artista plástica Wega Nery, que enveredou por escolas de arte inovadoras e compartilhou com expoentes das artes pelo mundo todo, além de ser a mãe do grande Jornalista Tão Gomes Pinto, companheiro de ofício e aventuras do genial Jornalista Mino Carta desde os bons tempos da “Veja”, “IstoÉ”, “Jornal da República”, “Senhor”, “IstoÉ/Senhor” e “CartaCapital”; a revolucionária arquiteta e ur­banista Carmen Velasco Portinho, que não se limitou a lutar pela emancipação da mulher como ci­dadã plena e a promover a formação de suas irmãs, mas foi a primeira arquiteta e urbanista brasi­leira, responsável pelo primeiro programa de habitação popular do Brasil, quando o Rio de Janeiro era o Distrito Federal; e a incansável botânica de grandes horizontes Graziela Maciel Barroso, não só primeira bióloga brasileira, mas protagonista de um pioneirismo ímpar como cientista à frente de seu tempo, como quando identificou 25 variedades de grandes árvores que levam seu nome ou ori­entou 50 mestrandos e 15 doutorandos ao longo de uma vigorosa vida acadêmica, tardiamente inici­ada pela época em que viveu e pelas responsabilidades de mãe e esposa a partir dos 16 anos de Vida.

A Procuradora Tereza Cristina tem ainda a companhia de outras mulheres extraordinárias, com as mesmas características de sua saudosa progenitora, a querida Dona Anna Thereza, inclusive nascida em Cáceres e corumbaense por opção como ela, que foi a saudosa Professora Eunice Ajala Rocha -- mais que viúva de um aguerrido vereador que entrou para a história, Edu Rocha, pesquisadora res­ponsável pela perenização de importantes ícones do patrimônio cultural e histórico do Pantanal, a viola de cocho, o siriri, o cururu e a festa de São João --, pioneira também no resgate do legado dos afrodescendentes em Corumbá. A Professora Heloísa Helena da Costa Urt, querida e saudosa Helô, é outra grande mulher que, nascida em Ladário, fez com que Corumbá e a mulher pantaneira aqui­nhoassem respeitáveis conquistas no campo da cultura e da cidadania, sobretudo no contexto do patrimônio cultural imaterial, tendo tomado a iniciativa de registrar a festa do banho de São João, o cururu, o siriri e a viola de cocho como importantes características da cultura popular pantaneira.

A ativista social Gabriela Soeiro, a querida e saudosa Dona Gaby, nascida em Guajará-Mirim (Ron­dônia), chegada ainda jovem à Corumbá da década de 1950, é outra das grandes mulheres que fa­zem de Corumbá um verdadeiro celeiro de cidadania, pois, além de ter sido protagonista de uma história fantástica como provedora e matriarca de uma família de vencedores, já em idade madura, depois de sobreviver a uma doença mutiladora, foi a responsável pela efetivação de direitos das pes­soas ostomizadas, ao percorrer o estado por mais de uma década assegurando qualidade de vida e direitos a pessoas que, como ela, precisaram conviver com alguma forma de ostomia. Finalmente, a artista plástica e professora Marlene Terezinha Mourão, a querida Peninha, nascida em Coxim e que felizmente continua entre nós, além de imortal criadora de Maria Dadô, a melhor expressão da mu­lher pantaneira, é poeta, escritora, artista plástica e professora de cidadania de diversas gerações.

Dessa forma, em minha modesta opinião, a Procuradora Tereza Cristina Katurchi Exner, discreta mas efetiva protagonista de uma história emancipadora não apenas da mulher, como de toda uma cidadania que clama por efetivação de direitos, constitui-se na realização dos anseios de uma popu­lação sedenta de justiça, de direitos e sobretudo de conquistas. Sua conquista é, por todas essas e tantas outras razões, para ser celebrada pelos que, como o querido Seu Jorge Katurchi, acreditam e generosamente amam a Corumbá de todos os povos e todos os sonhos, porque a História, essa com letra maiúscula, não é escrita com atas e cerimoniais, mas construída cotidianamente por protago­nistas que ousam transformar a realidade para que as gerações futuras possam usufruir o fruto desse pioneirismo.

Ahmad Schabib Hany