terça-feira, 31 de maio de 2016

AOS GRADUADO(A)S DE HISTÓRIA 2016 (CPAN/UFMS, 27.05.2016)



Boa-noite! Por meio do Professor Doutor Edgar Aparecido da Costa, Diretor do Campus Pantanal, saúdo os membros da mesa, graduandos/graduandas, familiares e amigos/amigas, presentes a este ato solene de Colação de Grau!
Quero parabenizar e desejar boa sorte aos graduandos e às graduandas de 2016, grandes vencedores/vencedoras, por mais esta conquista! Em especial aos novos e às novas colegas no ofício de professor/professora de História, a quem agradeço pela honra com que me distinguiram na antevéspera do cinquentenário de criação do Instituto Superior de Pedagogia, hoje CPAN!
Integrantes da turma que tem o nome do saudoso Professor Doutor Eduardo Saboya, protagonista de lutas memoráveis num tempo em que defender a liberdade e a democracia era correr risco de perder a liberdade quando não a própria vida – até por isso uma honra ainda maior participar deste ato, em que reitero à Professora Doutora Vilma Elisa Trindade, companheira de ofício e de vida do Professor Saboya, a fraternal saudação e o reconhecimento da relevante contribuição do Professor que fez da História sua honrada trincheira de luta.
A História, aliás, é um dos expoentes das Ciências Humanas, mas que tem sido relegada a papel secundário pelos que se pretendem paladinos dos destinos da humanidade desde o pós-guerra de 1945 e que na última década do século XX ousaram decretar o bizarro “fim da história” e o anacrônico “choque de civilizações”.
Este é o desafio aos novos e às novas colegas que optaram por esse fecundo labor, nestes pouco generosos tempos em que o maniqueísmo e a intolerância atentam contra o almejado progresso, no sentido dialético, da humanidade, impondo-nos impunemente o caos, a delinquência e a barbárie.
Mais que nunca, a História sempre foi, é e será sinônimo de inquietude e de esperança. Inquietude porque nos cabe a dura tarefa de desconstruir, desmistificar, resgatar e reestruturar a realidade, de modo que as novas gerações possam encontrar sentido de pertencimento e empoderamento para retomar o protagonismo usurpado. Esperança porque, embora devamos sempre questionar, não podemos perder a crença, a fé, na humanidade, pois o ceticismo, a incredulidade sistemática, é a porta de entrada para o cinismo pernicioso, responsável pela ameaça iminente às sociedades contemporâneas.
Portanto, não basta apenas pretendermos ser bons profissionais, é fundamental que antes de tudo sejamos bons cidadãos, sinceramente comprometidos com os destinos de nossa espécie e de todo o planeta. Até porque a vida não pode ser reduzida ao simplório antagonismo do “bem contra o mal”, ou do “mocinho contra o bandido”, mas sim compreendê-la na inesgotável capacidade de o ser humano renascer do caos, da decadência, da barbárie.
Não esqueçamos: tal qual a verdade, a História não tem donos, detentores absolutos. Sua razão de ser é o progresso social, cultural, político e econômico da humanidade e de seus mais elevados valores e princípios, construídos por diferentes povos, etnias, culturas, filosofias, religiões e crenças ao longo de milênios.
Bem-vindos, pois, estimados e estimadas colegas, ao ofício de professor/professora de História – e, se assim o desejarem, futuramente competentes historiadores e historiadoras!
Queridos Iran, Marcelo e Thiago! Queridas Jéssica, Joana e Rosinnete! Felicidades, vida longa, muita saúde, sabedoria e, sobretudo, humildade e trabalho, muito trabalho!

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