segunda-feira, 3 de março de 2025

RECONHECIMENTO HISTÓRICO



Reconhecimento histórico

A vitória de Ainda estamos aqui como melhor filme internacional na cerimônia do Oscar, mais que a maior conquista do cinema nacional, é reconhecimento histórico do talento do artista e de sua consciência cidadã. O povo brasileiro, de pé, aplaude seus artistas, que agem com cidadania enquanto seus ‘patriotas’ viajam com dinheiro público para implorar invasão do Brasil.

Iniciamos dando os parabéns merecidos a todo o elenco, aos roteiristas, à produção e à direção de Ainda estou aqui. Parabéns à Fernanda Torres, Fernanda Montenegro, Selton Mello e Walter Salles e equipe! Acrescente-se a tudo isso o fato de o povo brasileiro ter se identificado com um roteiro de caráter histórico num momento em que pretensos pais da república começam a responder por crimes de lesa-pátria ao serem desmascarados por tentar um golpe monstruoso com o assassinato do presidente eleito, vice-presidente eleito e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Indicado em três categorias, Ainda estou aqui foi contemplado em uma, mas lavou a alma do Brasil e dos amantes da Democracia em todo o planeta. Imagine-se que tudo isto tenha ocorrido a pouco mais de um mês da posse de um fascista que, por não ter sido julgado por tentativa de golpe de Estado quatro anos atrás, virou presidente com ampla maioria nas duas casas do Congresso Nacional dos Estados Unidos. E, pior, ameaça com seu delírio esquizofrênico toda a humanidade.

Obviamente, 2025 entra para a história por uma série de fatos, cujo mais relevante no momento em que escrevo é o reconhecimento pela Academia de Cinema de Hollywood de um filme brasileiro que contraria os interesses da extrema direita em todo o mundo. Ainda estou aqui, de Walter Salles, com base na obra de Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens Paiva, ex-deputado do PTB cassado pelo AI-1 em 1964 e perseguido até a morte por ajudar brasileiros que tentavam resistir aos abusos do regime, e de Dona Eunice Paiva, viúva do desaparecido político que inspirou o autor, seu filho, como artistas, roteiristas, produtores e direção.

O orgulho nacional está no alto neste carnaval de 2025. A conquista do primeiro Oscar por um filme brasileiro se compara ao que, em passado recente, representou ganhar a Copa Mundial de Futebol. Mas não se trata da conquista do primeiro Oscar, ‘apenas’ -- como se isso fosse pouco, há tanto tempo chegando perto, mas ‘batendo na trave’ --, essa vitória tem um sentido muito mais emblemático. Como bem ilustra a charge de Alexandre Beck, o denominado ‘drama biográfico’ trata de parte de nossa história, de nossa memória, que alguns tentaram apagar de todos nós, cidadãos anônimos.

Rubens Paiva, lembrado por Ulysses Guimarães no ato de promulgação da Constituição de 1988, foi sequestrado de sua própria casa por homens fardados numa noite de janeiro de 1971 e, depois de aprisionar também sua Companheira, Eunice Paiva, e duas de suas filhas mais velhas por alguns dias, nunca mais foi visto com vida. Ele, um deputado cassado nos primeiros dias do nefasto regime, teve esse fim trágico. Quantos milhares de outros brasileiros e brasileiras, sem qualquer acusação formal e condenação pela justiça, foram privados de sua liberdade, submetidos à tortura e até à morte sem que seus familiares pudessem, ao menos, enterrar seus restos mortais?

Essa é a história do regime de 1964, cuja verdade vem sendo escondida da população, em especial das novas gerações. Estas, sem conhecer a história e doutrinadas por fakenews criminosas, fazem apologia a esse maldito regime. Digo maldito por ter perdido, também, meu irmão quando, no Brasil, a ‘redentora’ comemorava seus ‘primeiros dez anos’. Quem teve um familiar morto em circunstâncias nunca elucidadas sabe, porque viveu, o drama da família que perde seu ente querido. E o pior, ainda, é o estigma que orbita sobre os que sobrevivem a esse duplo, triplo assassinato: além de ter a memória enxovalhada, o defunto vira ‘lição’ para os seus contemporâneos: “Veja o que ocorreu com fulano!”

Ah, sim! E os patriotas? Muitos não conseguem segurar sua contrariedade com a conquista. Primeiro, porque se trata de um fato histórico em que seus ‘ídolos’ são desmascarados em escala mundial: o filme não deixa dúvida de que o deputado cassado foi vítima de abusos de uma horda de milicianos que se julgavam ‘donos’ da nação. Seus hoje idolatrados, seus mitos, não passam de fora de lei covardes que se valeram da impunidade para cometer os seus mórbidos atos libidinosos e assassinos. Tudo em nome de... ‘Deus, pátria e família’!

Mas o pior é que alguns, membros da família do inominável, viajaram até os Estados Unidos para implorar ao inominável de lá que invadisse (sic) o Brasil e depusesse o presidente da República. Como se não conhecessem a palavra e o significado de soberania nacional. Não entendem, na prática, pois quando o palerma daqui usou e abusou do cargo, arriou suas calças para se entregar aos gringos do hemisfério norte e, não satisfeito com isso, jurou a sua bisonha lealdade a gente como Elon Musk e assemelhados. Conduta própria de quem não tem a hombridade de sair do armário e ser feliz...

E se isso fosse pouco, proclamam-se inimigos da corrupção, mas se locupletaram cínica e asquerosamente até com centavos, clipes e grampos. Com leite condensado, lubrificante anal e Viagra. Empreenderam viagem à terra de seus amos e senhores -- os Estados Unidos! -- com dinheiro público, recursos do erário nacional. Como, aliás, sempre o fizeram: ou a imprensa corporativa desconhece que o palerma que só chegou a ser presidente porque Lula foi impedido de ser candidato a presidente em 2018 fez orgias absurdas durante todo o seu desgoverno? E não só ele, mas muitos que hoje como governadores e parlamentares também se locupletaram compulsivamente.

Eis o grau de civismo, consciência cidadã e, sobretudo, respeito ao Estado Democrático de Direito. Tentando repetir o delírio orgástico cometido entre 2013 e 2018. O choque de realidade somente veio depois da intentona de 8 de janeiro de 2023, quando foram todos -- isto é, os mais otários e otárias das hordas -- presos e julgados por tentativa de golpe e abolição do Estado de Direito. Sentem-se injustiçados por não terem sido apoiados em sua loucura. O fascista é assim: quando contrariado age como criança mimada, com toda a idade que tem e o cinismo que encobre seus propósitos nada honestos e civilizados.

Não percam por esperar: diversos juristas, ciosos do erário, já protocolaram inúmeras ações contra esses otários, que com acinte e perversão cometem crimes de toda natureza. Além de terem que reembolsar o Estado pela dinheirama gasta sem comedimento algum, responderão a processo por crime de lesa-pátria, ao propor, como detentores de cargos eletivos, a invasão do país por potência estrangeira e atentar contra o Estado Democrático de Direito de maneira tão explícita, que dispensa maior materialidade. Com patriotas de tão baixo nível, o que esperar de seus hipotéticos projetos para o país? Virar um Haiti?

Diferentemente dos patriotas, fardados ou não, os artistas e as pessoas humildes deste país-continente têm em comum consciência cidadã e empatia, profunda empatia. Tudo o que foi conquistado pelos humildes e muitas vezes anônimos brasileiros no Brasil e lá fora o fizeram merecidamente, com denodo e generosidade. Não amealharam um centavo sob pretexto de ‘defender a pátria’ para por trás se locupletar. Essa hipocrisia de usar discurso de beato e patriota sempre foi recurso nada criativo das elites canhestras e suas hordas de serviçais, inclusive fardados, que vão sendo, um a um, desmascarados.

Por tudo isso, caro leitor, é preciso ler, mas ler coisa que preste, em bibliotecas públicas, e autores de referência, para que os facínoras dos ‘brasis perpendiculares’, ‘brasis de cócoras’ e ‘brasis rastejantes’ não maculem obras conhecidas e reconhecidas com edições piratas e destituídas de fidedignidade. Instruir, educar e formar nunca foram sinônimos de doutrinar -- mas de emancipar, libertar, tornar autônomas mentes e corações.

Viva o cinema nacional! Vivas aos artistas e cineastas! Vivas às culturas e às artes! Ainda estamos aqui!

Ahmad Schabib Hany

A história NÃO CONTADA de EUNICE PAIVA de "AINDA ESTOU AQUI"

Discurso do Deputado Rubens Paiva na Rádio Nacional

Aúdio inédito escancara prontidão do exército brasileiro para matar Lula

domingo, 2 de março de 2025

‘Maria, Carnaval e Cinzas’

‘Maria, Carnaval e Cinzas’

Composição de Luiz Carlos Paraná, com a qual Roberto Carlos se classificou em 5º lugar no Festival de MPB de 1967, foi o primeiro samba que o ídolo da Jovem Guarda interpretou em sua carreira e que depois da eternização do compositor, em 1970, não mais o cantou. Com este samba homenageio a Jornalista Vanessa Ricarte e as inúmeras vítimas de feminicídio desta sociedade eivada de misoginia, homofobia e hegemonismo genocida e opressor.

Este modesto texto é dedicado à memória da Jornalista Vanessa Ricarte, a segunda vítima conhecida [porque não conhecemos o índice de subnotificação] num estado em que o ódio e a intolerância campeiam soltos em instituições cujos dirigentes, como cidadãos e servidores públicos, devem observância ao que estabelece o arcabouço jurídico do Estado Democrático de Direito, vigente desde 5 de outubro de 1988, com a Constituição Cidadã.

Quantas Marias não mais estão neste carnaval? Ainda que fora da folia, quantas Marias não estão entre nós, no convívio com seus familiares? Que direito sobre-humano têm os seus algozes para lhes tirar a Vida? O ódio e a intolerância, que tornaram o ambiente coletivo nos últimos anos irrespirável, têm alimentado essa nefasta conduta, esse nefasto conceito de sociedade, em que só os narcisos se reconhecem. Aquela diversidade generosa e digna da sociedade brasileira se perdeu. Aquela graça de vermos a variedade de modos de Vida e de comportamentos se dissolveu, como antiácido em copo d’água.

Sabemos que há uma subnotificação, de taxas desconhecidas, dos números oficiais sobre as vítimas de feminicídio e sobre as sobreviventes. E também sobre órfãos e dependentes vitimados pelo trauma. Ainda as instituições municipais e estaduais, que estão na ponta do Sistema de Garantia de Direitos e da Rede Jurídico-Social de Proteção, construída com tanto denodo por nossas gerações ao longo de décadas, desde antes da promulgação da Constituição Federal de 1988, não se articularam e efetivaram os protocolos emanados há pelo menos quinze anos. [Corumbá e Ladário, na verdade, também estão em débito com a cidadania, não por acaso nosso glorioso FORUMCORLAD foi defenestrado precisamente quando os gestores municipais haviam sido eleitos e reeleitos pelo partido de Lula. Ou creem termos ignorado o drama da menina e dos familiares de Lívia, desaparecimento que expõe não apenas a fragilidade da rede, mas a hipocrisia reinante em nossa sociedade?]

A História saberá cobrar a omissão de todo servidor, de todo cidadão e de todo omisso que por qualquer razão não se empenhou ou não cobrou o suficiente, em todos os casos em que o algoz -- ou a rede de algozes -- encontrou meios de executar sua mórbida ação ou saiu impune dela. Se prestarmos atenção, os mesmos que hoje enxovalham o Estado Democrático de Direito com suas patranhas e perversidades -- inclusive disseminando fake news criminosamente, fazendo-se de inocentes -- são os que cinicamente participam, por ação ou omissão, desse odioso e perigoso ambiente em que, sobretudo, são mulheres as maiores vítimas (além de seus filhos, pais ou dependentes, igualmente atingidos pela tragédia que só tende a crescer diante de nossos olhos indignados).

COMPOSIÇÃO DE 1967

O título deste modesto texto nos remete ao nome da composição de Luiz Carlos Paraná, samba com riqueza metafórica singular, um recurso semântico próprio da época para driblar a censura e seus sombrios agentes. A versão mais conhecida foi a interpretação de Roberto Carlos, que a defendeu no III Festival de Música Popular Brasileira da antiga TV Record, em 1967, no qual se classificou em quinto lugar. Talvez o único, senão o primeiro, samba interpretado pelo ‘rei’, que, além de não se posicionar contra a ditadura, era ídolo ascendente da Jovem Guarda, um gênero filiado ao Iê-iê-iê dos Beatles, que em muitos países era sinônimo de rebeldia, diferentemente do Brasil, sob censura.

Roberto Carlos, embora tivesse feito muito sucesso com o samba -- há quem diga que ele tenha sido recordista de vendas em seu tempo (isso deixarei para pesquisadores da MPB, como meu Amigo Juvenal Ávila de Oliveira) --, depois da eternização de seu compositor, Luiz Carlos Paraná, em 1970, o ídolo da Jovem Guarda não mais cantou essa bela canção. Muitos dizem se tratar de denúncia da mortalidade infantil, pois durante a ditadura era proibido explicitar essa tragédia social. Não me esqueço que em aula de Estudos de Problemas Brasileiros (EPB), na ex-FUCMT, ainda sob o regime de 1964, questionei o então vereador campo-grandense Yvon do Egito Filho (líder da Arena), palestrante convidado pela saudosa Professora Thiê Yegushi dos Santos, titular da disciplina, mas ele respondeu em tom de advertência que a questão não podia ser debatida por estudantes, apesar do tema de sua palestra ser “As conquistas sociais dos 15 anos da Revolução de 31 de Março”.

Se em 1979 isso ainda era tabu, imaginem em 1967, quando o festival foi realizado, sob nítida tensão, em ambiente tomado pelas mobilizações antiditatoriais. Só pelo título da canção de Luiz Carlos Paraná dá para compreender que há um questionamento explícito em sua composição metafórica e melancolia indisfarçável. Roberto Carlos prestou grande serviço à resistência democrática quando defendeu a canção em festival de tamanha relevância. Pode-se perceber, aliás, a mudança de atitude da plateia à medida em que a canção era apresentada: os jovens que vaiavam o ídolo da Jovem Guarda, entendendo a mensagem, pararam as vaias e ao final aplaudiram o cantor e o grupo que o acompanha.

1968 foi o ano que, segundo o Jornalista Zuenir Ventura, não acabou. Emblemático ano em que a juventude foi às ruas enfrentar fascistas cínicos que tomaram de assalto o golpe civil-militar de 1964: primeiro matando o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que rompeu com eles ao querer devolver o poder aos civis, quando seu avião monomotor ‘colidiu’ com um jato da esquadrilha da fumaça cujo piloto sobreviveu; a seguir, cassando civis que participaram do golpe, entre eles Carlos Lacerda, o eloquente e bem articulado líder do golpe; depois golpeando o segundo marechal, Arthur da Costa e Silva, que teria sido ‘acometido de um AVC’, só que não, segundo denúncia de sua viúva, Yolanda Costa e Silva, e ao morrer não assumiu o vice Pedro Aleixo, civil, mas a junta militar que surge do nada e da qual sairia sagrado ‘presidente’ o facínora Emílio Garrastazu Médici, o mais temido general do ciclo militar.

A EDUCAÇÃO LIBERTA

Diferentemente do que pregam os fanáticos seguidores do fascismo e sionismo, em que a doutrinação é a ferramenta de sua formação, somente a educação laica e sinceramente exercida sob os paradigmas posteriores ao Iluminismo oriental e ocidental [cada qual em seu momento histórico] é que será possível assegurar bases sólidas para uma formação emancipadora das novas gerações. E para isso é urgente que, independentemente das posições partidárias, filosóficas ou religiosas, nos irmanemos em projetos consistentes por uma sociedade de valores sólidos e de respeito à diversidade, seja étnica, cultural e, em especial, ambiental.

Eis por que precisamos gostar de ler, de artes e culturas (assim, no plural) e, sobretudo, de história. Quando vemos os atuais algozes da democracia por todos os cantos do planeta surrupiando o direito da juventude e da infância de conhecer sua história, suas culturas e suas artes -- além de incentivar a não ler e a não pensar, obviamente -- devemos acender o sinal de alerta, pois o processo civilizacional está em risco de ser destruído. Parece algo dispensável, desnecessário, no entanto, a humanidade levou dezenas de milênios para construí-lo. Sem esses valores, fundamentais para a sobrevivência da humanidade, o que nos espera? A barbárie, o que para os fascistas, sionistas, fundamentalistas e assemelhados é o sonho, a meta, por razões que só o desvario e a perversidade humana justificam.

Aliás, é nesse contexto que projetos inovadores, inclusivos e integradores como a proposta da futura Universidade Federal do Pantanal, pela qual o Movimento UFPantanal tem sido incansável fomentador e mobilizador, são oportunos e imprescindíveis. Além de alavancar um futuro sustentável à nossa região, preterida há décadas das prioridades regionais e nacionais, projetos transformadores focados na formação das novas gerações são fatores seguros e perenes das sociedades conectadas à contemporaneidade e com respostas para os desafios deste momento sombrio da história humana.

Ler, estudar e lutar pela Universidade Federal do Pantanal (UFPantanal), pois, é estar conectado à realidade. Mais que uma instituição necessária e com a cara do bioma e das populações do Pantanal, trata-se de uma resposta à altura dos desafios de toda a espécie humana, cujos maiores detratores são os pseudolíderes inspirados em Hitler, Mussolini, Salazar, Franco et caterva. Por quê? Porque a luz que dissipa as trevas é a mesma que permeia o horizonte fecundo e transformador.

Basta recorrer à História e compreender em profundidade este fato, este processo. Basta ler. Basta pensar. Basta estudar para se libertar do atraso, das mentiras e, sobretudo, das trevas que por séculos teimam por impor às imensas maiorias da humanidade. Porque mantê-las no primarismo, na desqualificação profissional, na invisibilidade humana é a fórmula do sucesso das potências ocidentais que hoje, para não sucumbir ante o surgimento de novas potências tecnológicas, querem nos submeter a uma nova colonização. Quem tiver alguma dúvida, basta entender em profundidade o noticiário de qualquer mídia, seja corporativa ou independente. Só tome o cuidado de não cair no conto de vigaristas fazedores de fakenews.

Ahmad Schabib Hany

Roberto Carlos - Maria, Carnaval e Cinzas (3º Festival da MPB - 1967)


Link do canal no YouTube do Cineclube Brasil, com vídeo em que Roberto Carlos interpreta a canção Maria, Carnaval e Cinzas, de Luiz Carlos Paraná.

Nesse mesmo canal do YouTube os produtores do documentário com Roberto Carlos Uma noite e 67 confirmam com o ídolo da Jovem Guarda ter sido vaiado na final do Festival da MPB de 1967, em que se classificou com a canção em 5º lugar.

Eis o link: <https://www.youtube.com/watch?v=09AsF1QH0yw>